Ane Amarilo

Companheira madrugada, quando todos dormem, quando parece minha a cidade pela janela o silêncio escuro e alaranjado. Luz negra com seu toque fantasmagórico. Quantas noite a insônia veio me chamar? Que mundo é este onde aterrizei? Que maldito mundo é este? Maldito amor enlatado sem sabor malditas vulvas sequiosas desejosas de uma vara que as…
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Ane Amarilo

Companheira madrugada,
quando todos dormem,
quando parece minha a cidade
pela janela o silêncio escuro e alaranjado.
Luz negra com seu toque fantasmagórico.
Quantas noite a insônia veio me chamar?
Que mundo é este onde aterrizei?
Que maldito mundo é este?
Maldito amor enlatado
sem sabor
malditas vulvas sequiosas
desejosas de uma vara que as façam gemer.
Malditas aquelas que gozam comigo.
Rosto rápidos perdidos.
Boca após boca.
Malditas todas.
Pois nenhuma consegue
nem quer
nem deseja comover
e sim gozar.
Que merda é comover?
Que merda é tocar?
Que merda de sentimento se deseja?
O beijo que é apenas o primeiro passo,
nada mais que isso…
A cama de lençóis virados.
Calor salgado,
brisa artificial sobre os corpos.
Cada uma com seu gosto diferente.
Cheiros, toques.
Uma após uma
apenas mais uma.
Que merda de lembrança é esta?
Por que ainda hoje esta presente, como se nada tivesse passado?
Por que ainda este amor, Ane Amarilo?
Quem é esta mulher que lacrou um coração quando foi embora?
Que Outubro foi aquele?
O mês mais intenso dos 37 anos.
Dane-se o juízo.
pois o juízo final decide tudo.
Atitude insensata escancarar
falar sobre assunto enterrado.
Mas sempre esteve em cova rasa.
Muito rasa.
Insensato, dizer que nenhuma mulher se compara a Ane Amarilo,
mesmo depois de quase dois anos.
Está ainda latente.
Ainda está no chuveiro dizendo:
– fecha a água, não desperdiça…
Sim, penso todos os dias,
lembro, fecho os olhos
ainda suspiro e levito quando vejo a imagem flutuando
na minha mente.
Não importam quantas e quem foram as mulheres que passaram em minha cama, nem as que passarem, não desejo o gozo que não seja contigo Ane Amarilo.
Repito hoje e repetirei por longa data.
Não existe outra em minha vida Ane Amarilo, a mulher em minha vida, única é você, independente do tempo e da ausência.

sem título – 094

O restaurante já foi considerado um bordel em outra época, denominado “IDEAL”. Nome e definição poupam maiores explicações. Tempo passou, virou restaurante. O estigma ficou, os freqüentadores, muitos também. Em gênero, espécie e procura. É a cozinha mais próxima do prédio, possui boa “maminha”, aqui sem duplo sentido. Também a pizza de atum com champignon….
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sem título – 094

O restaurante já foi considerado um bordel em outra época,

denominado “IDEAL”.
Nome e definição poupam maiores explicações.
Tempo passou, virou restaurante.
O estigma ficou, os freqüentadores, muitos também.
Em gênero, espécie e procura.
É a cozinha mais próxima do prédio, possui boa “maminha”, aqui sem duplo sentido.
Também a pizza de atum com champignon.
Música ao vivo, “o melhor da MPB” segundo ele.
entenda-se predileção do cantor/público por Fábio Jr. e afins.
A cozinha mais próxima.
Adorável prazer da observação.
Ela parece uma chaminé, não deve ter menos de 45.
Faz pose para fumar, em sua “consciência” tenha a ilusão que a “pose” demonstre ter classe. Classe em um lugar tão desclassificado.
Traga fundo,
ri soltando fumaça aos socos,
em direção ao teto
Chaminé..
Aquele cabelo não deve mais ser tão negro como a tinta mostra.
Qual falsidade esconde por baixo da tinta, da pose?
Qual seria seu fetiche, ao jogar charme para o guardador de carros
do lado de fora do restaurante?
Onde mora?
Onde trabalha?
Qual a sensação ao pintar os olhos, cada vez mais velhos?
De olhar seus lábios cada vez mais sem vida.
Dia após dia esvaindo a feminilidade.
Ainda sozinha.
Quantas contas para pagar?
Qual e quando terá sido seu grande amor?
Por que nesta idade ainda sozinha?
A pose de mulher resolvida.
Não seria esta a falsidade?
A tinta para cobrir o fracasso como família que não formou?
Onde ficou o desejo pela maternidade?
Será ela mãe?
Avó?
Envelhecerei observando?
Dia após dia, observando mais e mais fios brancos em minha barba,
Olhos que apesar de carregar ainda a infância
já se demonstram tão cansados.
Mãos que não possuem a textura de antigamente.
A seriedade do adulto no espelho,
maturidade, responsabilidade, planos e crescimento.
Contraste com a paixão adolescente de sempre.
Casos e histórias para se contar,
tantas histórias.
Olhos cansados de ver em cada mulher do passado,
em cada uma, um erro diferente.
Cena no ônibus, onde um casal de velhos
bem velhos, no banco da frente
olhares perdidos
passando por uma cidade que se transformou
dia após dia,
frente a seus olhos.
Aliança grossa nos desdos
a mão dela segurando o braço dele,
descansado sobre a perna da esposa.
Com olhar perdido,
num reflexo condicionado de toda a vida
ela afaga o braço do companheiro.
Este responde com uma leve pressão da mão na perna da esposa.
Sem desviar o olhar perdido,
estão ligados,
sempre estiveram.
Não percebem o observador.
Observar o quotidiano
Alegrias e náuseas.
Futilidades,
inutilidades.
Maldito Vinícius que Banalizou o verbo amar
quando ensinou o
“eterno enquanto dure”.
Maldito eterno enquanto dure.
O até que, apenas, a morte nos separe.
Não deixarei de acreditar,
anos que passaram
mulheres
frases e fases…
Posso tornar-me um observador idoso
mas jamais me renderei ao
eterno enquanto dure.
Sou ambicioso,
busco a mulher que vai acordar
todas as manhas na minha cama.
Mesmo que jamais use o mesmo travesseiro dela.
Ou a toalha.
Busco a presença, mesmo a respiração em silêncio,
os passos dentro de casa.
O horário de sempre.
As frases e atitudes habituais.
…e na velhice a mão sobre meu braço,
em um afago automático,
como sempre fez, a vida toda.
A pizza acabou,
de volta a realidade.
Aquela que parecia uma chaminé se foi
sem perceber,
perdido em meus pensamentos.
Uma gorgeta,
e ir para casa.

sem título – 093

uma vez mais na mesa do mesmo resturante com o mesmo cantor cantando as mesmas canções as mesmas vadiazinhas procurando sempre novos velhos dinheiro hoje o cantor está mais empolgado a casa está cheia cheia de gordas cheia de velhos e as vadiazinhas com um careca estranho que escreve enquanto observa boa chuva cai inunda…
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sem título – 093

uma vez mais
na mesa do mesmo resturante
com o mesmo cantor
cantando as mesmas canções
as mesmas vadiazinhas procurando sempre novos velhos
dinheiro
hoje o cantor está mais empolgado
a casa está cheia
cheia de gordas
cheia de velhos
e as vadiazinhas
com um careca estranho
que escreve enquanto observa
boa chuva cai
inunda
alaga
entope
transborda
nesta cidade imunda
e chuá
água para cima
lixo para cima
boiando
sobre as incoerências
sobre o arbítrio livre
sobre a morena que está na minha frente acompanhada
sobre estar acompanhado
sobre por que me olha se está acompanhada?
o que está por trás realmente de estar acompanhado
ter apenas uma
sem haver outra no futuro
higlander
e que seja assim para sempre
hora em que pensamentos
descem espinhosos
nó na garganta
que engasga
desce mas não digere
acreditar
em que mesmo?
em belas palavras
em emoções desesperadas?
sequiosas de emoções envelopadas
prontas em frases feitas
excalibur
tua língua em meu mamilo
água e sal
perfil esguio
doce voz dissonante
inebria com cada palavra

il genes – 001

no erguer de sobrancelha ou no vasto riso, de mostrar todos os dentes como consegue conter esta pura intesidade de que se faz constituída? envolta em racional armadura sinto seus poros distantes poros um a um dilatar para em coletivo exalar o saboroso suor de uma felina silêncio cheio de desejo de vontade da libido da vida a dois sem fronteiras menina em breve vai ser uma mulher como consegue conter em si a sanidade? em sã idade in sã idade in san idade que vossa santidade.. insantidade que acabe na verdade este eco de ade ade ade ade que peço por caridade pois me rende a saudade e mais ade ade ade ade pedaço são de vida revivida por este momento

divi dida

moça… em breve você será uma mulher dona de excalibur por que não está certo esta vida di vida dida em breve será a mulher