sem título – 075

“Sobre a gorda e o saquinho de pipocas.” Devia estar bom, ela se entupindo de mais amido, talvez nem seja culpa dela em si, mas da cultura local, ou diria, a falta da mesma. Falta de amor não só próprio mas com toda cidade onde habita. Pensa (se pensa) ela que o maldito pacote se…
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sem título – 075

“Sobre a gorda e o saquinho de pipocas.”

Devia estar bom, ela se entupindo de mais amido, talvez nem seja culpa dela em si, mas da cultura local, ou diria, a falta da mesma. Falta de amor não só próprio mas com toda cidade onde habita. Pensa (se pensa) ela que o maldito pacote se desintegra só passar pela janela do ônibus?(ainda tem acento? não no ônibus, mas na palavra)

A impossibilidade de calar-me diante da cena, como se a latrina da vida fos
se o exterior do maldito veículo.
Vontade de levar para dentro da casa de todos os imundos que não sabem viver em sociedade, todo o lixo produzido. Sem hipocrisia, pois bem sei que ao comer uma comida rápida, o lixo produzido em embalagens até o alimento chegar a boca, é muito superior ao próprio futuro desejo ingerido.

Sem poder calar-me,
questionei se a obesa era desta cidade mesmo, e tive um certo desdém
(e foda-se a interpretação dada a este desdém), ao saber que sim era
daqui da “Fortaleza Bela”. Todos os milhões de pessoas que imaginam ser um por
tal, a janela do veículo, ou janela de casa, ou abrir a mão e soltar qualquer dejeto no chão. Todos estes milhões de pessoas merecem cada morte por dengue ou toda a enchente, carro batido e todo o caos e lixo desta cidade imunda.
Sim Fortaleza é sim imunda!

A Beira-mar, esta quase sobrevive, pelo cuidado que o povinho tem com os turistas. Fortalezence não tem orgulho da cidade, tem sim um desdém incrível. Cuidar da orla onde os turistas estão, é o mesmo que ser… nem termo encontro para isso… quem sabe um nada? Ou menos que isso? Quem limpa a casa para um estranho e vai dormir na latrina?

Amo esta cidade, adotei ela como moradia.
Tenho pena, não só da gorda, que deve ter visto muito sua mãe (talvez também gorda), fazendo o mesmo. Quem sabe seu pai, irmão.. foi sempre assim.

Fortaleza…

A bela terra da luz. A suja cidade do lixo.
Pena…

sem título – 074

Para escrever, de que precisa? Tristeza, bem certo.
Nada de boa música, com certeza.
Muitas as que passaram nesta
pouca vida.

Outras tantas e tantas ainda virão,
que fazer, se assim sou?
Sentir demais e nada sentir
De que vale
, se
comedir?

Comedir
como o Edir, o Macedo
aquele com cara de sebo. (para rimar)

continua

ndo

se para onde, não sabe ir…
…nem vir
e no bom “ir e
vir”
de um bom sexo praz
eroso
se perde toda a
paciência
quem sabe isso um dia explique a ciência
e diga para minha conciência
que foge de toda, talvez, descencia…
e de que vale o texto?
se para tudo há um contexto
que “encaixa”

lá se vai mais uma caixa
de supresa ou de Tereza
e de que vale a reza?
se hoje não se compra mais nem vela?
de que vale o circo,
se todos os palhaços estão assistindo? (nem sabem para onde estão indo)
de que vale a rima? (tá ficando poético isso)

então melhor acabar por aqui. (sem rima nem obra prima)