Muito cedo ainda.
Aurora ainda não passou,
recolhendo seu manto noturno.
Cedo
Cedo para se definir.
Penumbras ainda.
Començando a luz azular.
Pios de pássaros.
Logo estarão em revoada,
Mais uma jornada do
dia a da.
Trocando o turno com
os morcegos que
agora se recolhem.
Os primeiros raios
começam a pintar de
vermelho as nuvens,
anunciando chuva
durante o dia.
O homem moderno,
que não vê mais as estrelas.
Vê apenas a lua,
alguns planetas,
e um céu monotonamente
alaranjado.
Tão artificial, quanto seus
sonhos consumistas.
Acorda não mais
com um despertador
mecânico,
aquele que teria dado corda
antes de Morfeu o chamar.
Seria muito irreal imaginá-lo,
acordando com o galo.
Agora com música
personalizada.
Perdeu-se o
romantismo.
Restou
erotismo;
o consum
ismo.
Outros tantos ismos,
que tornam sua vida
pateticamente
tão artificial
tão laranja
tão sem estrelas no céu.