outras palavras – 001

“não poderia ser diferente

não viria de outra forma tal palavra
pronunciada,
manuscrita/ digitada…
não viria, se não fosse diferente”
Apenas palavras diferentes
de fatos inusitados
de um caos tão bem organizado…
ocorreria tal encontro de palavras,
Abaixo, seguem as palavras que
por acasos e esbarrões pararam em minhas mãos
mãos? email
que agora é o mais fácil meio.
Enfim, um texto da desconhecida Edna.
Tão sã quanto minha pessoa… ou não
“Uma folha em branco faz a gente pensar no que escrever.
Eu não. Simplesmente a folha em branco já me faz saber o que escrever.
As pessoas são diferentes e agem diferentemente uma das outras.
É por isso que eu sou diferente e penso no que escrever antes mesmo de escrever.
Por exemplo, agora não tive tempo de pensar no que escrever, mas a minha mão já se acostumou com o ritmo frenético de escrever que antes mesmo que eu pudesse pensar em algo minha mão já escrevia.
As idéias borbulham em minha mente…
Não sei o que faço para ser normal; intitulada de normal.
Eu sou normal dentro do meu conceito;
Eu não sou louca…
As loucas não sabem o que escrever…
Eu sei…
Então é isso? As pessoas é que são loucas?
Realmente é assim: eu sou normal porque sei o que escrever; as pessoas são loucas porque não sabem o que escrever.
E as colocações? E a conjugação correta do verbo?
Tem que fazer tudo isso?
Saber o que escrever não é saber escrever…
As leis da língua portuguesa nos norteiam.
Mas…
Quem me garante que a língua portuguesa está correta?
Se o texto e a criação são meus eu redigo conforme minhas leis…
Ah então estamos falando da licença poética…
Que bom! Realmente a língua portuguesa é correta.
Eu escrevo errado e ela me protege com a licença poética…
Por quê?
Para fazer uma poesia é necessário errar?
Não.
Mas eu erro você erra e nós erramos.
Não paremos, pois “a vida é efêmera”.
“Vivamos intensamente”…
Não é um pedido, mas uma ordem…
Conjuguei o verbo viver propositadamente no modo imperativo,
Porque se não se obriga, não se cumpre.
O ser humano é assim: até para viver precisa de ordem.
Que patético! Mas vamos terminar pelo menos a folha…
Vamos? Quem vai?
Somente EU estou fazendo esse texto…
Então não é “vamos”, mas sim “vou”!
Estou sendo prolixa em minhas idéias…
O que queria e acredito que tenha conseguido mostrar é a capacidade do ser humano em improvisar textos que não são obrigatórios.
A lei nos inibe e ameniza nossa capacidade de raciocinar em prol de uma dissertação.
Temos que nos limitar a um assunto.
Sou a favor da liberdade de produção de texto!
Mas isso não é possível.
Tudo bem.
Um dia quem sabe isso mude.
Enquanto isso eu fica aqui na esperança de o mundo mudar e ser normal.”
“Edna Gomes”

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