Sobre o hipocondríaco, que houve blues e bate em sua caixinha de lenços descartáveis, ao som do Blues.
É uma quarta-feira,Praça Virgílio Távora, no meio de Fortaleza, “The Thrill Is Gone”, B. B. King, sendo muito bem interpretado.
Cerveja e batata frita,
completam um final de exaustivo dia.
A cena quase irreal, da praça onde, durante o dia peões semi-ou-quase-analfabetos de obras absorvem suas quentinhas ou galinhas cabidelas.
Numa noite de quarta, tomada pelo Blues ao ar livre, agora degustado por apreciadores tão diversos. Além de moradores do bairro, naõ conhecem além de *Forró Sacode*.
Esta é a bela Fortaleza, a bela
Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.
A guitarra sola.
O apreciador hipocondríaco
observa tamborilando sua caixa de lenços descartáveis.
A hipocondria, fragilidade na saúde ou semelhantes, é observada com freqüência em pessoas, onde a mãe sofreu durante a gestação, por vezes, desejando não estar naquele estada.
Saberia ele disso?
Não.. muito provavelmente não.
ar livre
blues
Nem nos sonhos mais bem embalados sonharia tão distante estar, tanto menos, alcançar tal etapa deste ciclo vital, em uma noite de ar livre agora pelo Blues embalada.
O som da guitarra que embala sonhos ainda mais impossíveis.
Sonho de ter a própria poesia.
don’t stop the blues, please
don’t stop the dream
Sonho da felicidade
que não se constrói na matéria
que é propriamente apenas o material básico
para o princípio
o sonho da felicidade
que não deixe de ser mero sonho
nem se distraia com o belo
mesmo o hipocondríaco,
pode ser feliz em sua lista
de alergia
de
alegrias
que mudam de lugar as letras
delatora
delirante
deletérias frases em uma tarde passada
que quase minguam sonhos
sonhos
sonhos
prefira os mais simples
sonhos..
com recheio de goiaba, ainda são os melhores.
… e sobre o hipocondríaco,
dele nada sei…