sem título – 088

é fato
a memória dos odores de outubro,
daquele outubro
de manhã apreensivas
noites não dormidas pela espera
contorno esguio
retilíneo
de elegante sorriso
contínua situação
mudez para não delatar a insanidade
sem nomes nem mais anagramas
nehuma grama
impregnada
nas paredes
na rede
está a presença
sorriso multicolor
em meio a uma massa monocromática
que se materializou
3500 km depois
insanidade
leve descontrole
as adoráveis memórias
inominável certeza rastreada
de não ter havido outra
com mesmo timbre de voz
íntimo sorriso
a única que possui o beijo com a
fantástica força detonadora
igual ao brilho das estrelas
que logo se propaga ao infinito
que nenhuma outra apagará
sanidade e sobriedade
outra certeza

004

Por que a poesia é bem acompanhada da chuva. Se for em um barzinho, decaído, de noite, sentindo saudade… tanto melhor Tanto melhor ainda, se o ritmo vier da distância, se a distância separa o desconhecido, então, se acompanha com água de côco.. Líquida onda de ir e vir. Sentimento com um pulsar, lento, cardíaca…
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004

Por que a poesia é

bem acompanhada da chuva.

Se for em um barzinho,
decaído,
de noite,
sentindo saudade… tanto melhor
Tanto melhor ainda,
se o ritmo vier da distância,
se a distância separa o desconhecido,
então,
se acompanha com água de côco..
Líquida onda de ir e vir.
Sentimento com um pulsar, lento,
cardíaca
cadência.
Pois é dono de todas a horas, o tempo.
Ritmo da vida, de mundos distintos,
distantes de tal, fútil, realidade.
A poesia, que emana.
Livre!
Ela que ja nasceu com a liberdade em seu nome.
que anda solta em seus pensamentos, por mundos tão seus
que não ouso penetrá-los; por não pertencer a ninguém mais.
Estes são os mundos que formam o negro e profundo olhar distante.
Quantas horas ainda separam,
seu perdido olhar das ondas e brisa quente de um junho nordestino?
Ela que é a própria poesia.

sem título – 085

Já explodiu no peito, o grito incontido! Ficou em dois pés tomou o mundo, criou deuses, venerou, usurpou, corrompeu, subornou. Já se fez humano. Agora que se fez “dono” do mundo, nada mais resta além do pavor, daquilo que se tornou. … aunque la mona se vista de seda, mona queda

sem título – 085

explodiu no peito, o grito incontido!
Ficou em dois pés tomou o mundo, criou deuses,
venerou, usurpou,
corrompeu, subornou.
Já se fez humano.
Agora que se fez “dono” do mundo, nada mais resta além
do pavor, daquilo que se tornou.
… aunque la mona se vista de seda, mona queda

sem título – 084

é fera ainda indomada é onda do mar em seus ciclos de indas e vindas que sejam benvindas suas vindas que sejam mais breves suas idas é fera que espreita de longe, raposa não cativa ativa ou passiva? laciva o laço atrás de tudo que envolve que presenteia

sem título – 083

quando livre da material realidade, abre-se então asas para vôos mais altos, estáveis ou instáveis por opção leves, os pés, que passam sobre o mar que se estende na areia saborosas as notas musicais que invadem os sentidos quando livre da realidade humana livre de um mundo apegado ao terreno mundinho da ganância da impressão…
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sem título – 083

quando livre da material realidade,

abre-se então asas para vôos
mais altos, estáveis
ou instáveis por opção
leves, os pés, que passam
sobre o mar que se estende na areia
saborosas as notas musicais
que invadem os sentidos

quando livre da realidade humana
livre de um mundo apegado
ao terreno mundinho da ganância
da impressão
e que em nada se impressionam,
diante da beleza de um sorriso do casal de velhos
mundo midiático que acorrenta tais asas
numa impotência de alcançar a realidade imposta
perde, este mundo, o prazer dos passos
sobre a areia molhada
a solidão de voar alto sozinho
sem poder estender a mão
e te puxar para o mesmo vôo planado,
acima deste mundinho infeliz
podendo ver de cima o sol que la no nosso horizonte,
ainda, não se pôs