Sobre o mundo fantasioso que os zumbis vivem.
Sobre as falsas verdades deglutidas, em uma sociedade pasma além da verdadeira verdade.
Bem certo denominar de zumbis ignorantes, porém isso seria redundância.
Zumbi, não o dos Palmares, que a este rendemos todas as reverências.
Mas zumbis.
A engrenagem consumista de um sistema a ponto de implodir.
Como não desejar aquele veículo do ano? Apenas uma dividazinha maior e pode-se encarar o novo amontoado de ferro vendido pela mídia.
Existe boa justificativa pela troca?
Sempre existe, agora vem com um “design mais arrojado” mais “moderno“.
O outro amontoado de lata que até então transportava o zumbi tão confortavelmente.. onde parou?
Ilusão, é preciso vender.Preciso alcançar metas, crescer.
Mais e mais rápido.
Capitalismo.
A imagem.
A expressão dos desejos terrenos e do apego.
Incrível paradoxo, pois que religiosos fervorosos,aqueles que em muitos sermões,cultosou pregações…
Ouviram tantas e tantas vezes, em discursos inflamados, que se existe um inferno e um diabo. Este se faz valer de imagens, de ludibriações, pela vaidade.
Capitalismo é a imagem da vaidade.
Paradoxo irônico também, é o crescimento do mercado religioso.
Uma rede evangélica na Third Avenue em Manhtan.
No local onde antes o falecido Michael Jackson, a viva Madona e tantos outros popstars deram seus autógrafos.
Na Virgin antiga. Símbolo do capitalismo consumista.
O bem de consumo mudou.
A fé hoje vende mais.
Não seria grande ironia?
Conversando no intervalo de trabalho, se percebe a distancia tão grande que existe entre “imagem” e “fato“.
Desolação, poderia ser um sentimento. Impotência? Anseio por mostrar o mínimo da pouca verdade que se sabe.
Por isso:
Contemplam através de sinais luminosos seus “semideuses“.
Um novo Olimpo criado pela mídia, tão ilusória.
De tais atitudes nasce talvez uma vontade de estudar antropologia, para conseguir entender essa raça de simius zumbis pseudo pensantis.
Os ciclos dos dias, em uma engrenagem capitalista, esmeradamente azeitada pelo circo midiático.
Símios, com uma banana capitalista pendurada na ponta de uma vara.
Fazendo girar a esteira sem nunca alcançar a banana, girando incansável até sua morte.
Sem deixar a banana para ninguém, pelo simples fato de que,
É apenas uma miragem.
Miragem
Eles se materializam e tem um nome:
Erguida em cima de um desertosem uma única fonte de água potável,sem uma única fonte de alimento.
No entanto, Dubai (a extrema expressão do Império do Carbono).
Ergue-se.
Dubai possui campos de golfe onde antes era deserto.
Campos que consomem 15 milhões de litros de água por dia.
De onde vem à água?
Do mar.
Dubai bebe o mar.
Precisa dessalinizar toda a água consumida.
Se sua economia falhar, Dubai não tem água para uma semana.
Dubai, não tem fonte de comida, mas tem comida de todos os cantos do mundo.
Dubai, não tem água potável, mas tem esqui com neve (fabricada) de verdade.
Uma montanha dentro de um freezer.
Tudo em Dubai é artificial.
Empregos são artificiais.
Sobrevive pela injeção de dinheiro vindo do império do carbono.
90% do petróleo consumido pelos USA, saem dos poços de petróleo do Xeque Mohammed Bin Rashid.
A cada dois arranha céus existe uma foto dele sorrindo.
Dubai seria uma Disneylândia para adultos com Mohammed Bin Rashid no papel de Mickey.
O mundo olha para Dubai,
Mas quem realmente trabalha em Dubai, se arrepende de ter conhecido a Disneylândia dos Horrores.
Empregos oferecidos pela Internet, são iscas para conseguir trabalho escravo. Ao chegar os passaportes são confiscados.
Empresários falidos estão indo embora deixando seus carros abandonados em aeroportos, quando conseguem.
Existe um campo de refugiados da cidade onde se encontram mais de 30 mil pessoas.
A descrição de repórteres é de que o local exala a fezes e suor.
Lendo a revista Piauí n° 33, o repórter brasileiro narra estar em um dos hotéis mais luxuosos da cidade. Onde ele é o único no restaurante, onde antes Robert de Niro freqüentou. Sensação de viver o papel de Jack Nicholson no filme o Iluminado.
Dubai foi uma miragem,
o espelho de outras duas miragens:
O império do carbono é muito voraz. Para alimentar o consumismo pelo ferro, para veículos, as máquinas cavam cada vez mais fundo.
Mais e mais fundo.
Tudo está acelerado.
Aves estão prontas para consumo no período de um ciclo menstrual.
Como parar a multiplicação?
Vivemos muito mais do que morremos.
Invadimos.
Criamos sistemas econômicos em cima de erros.Herdamos os Bancos de Crédito dos orientais, das conquistas de Ciro, muito antes de Xerxes.
O capitalismo moderno com seus planos de aposentadoria.
Com velhos sorridentes sem nada para fazer.
Se pararmos de reproduzir, pararmos de crescer, quem irá pagar a conta?
O número de ativos em duas décadas será inferior ao número de aposentados e pensionistas.
Impossível não notar que o sistema vai quebrar, da mesma forma que Dubai quebrou.
Única solução ainda, para este pobre sim que a terra tenta expulsar, seria um novo capitalismo, novas formas de captação de dinheiro.
Mídias mais honestas.
Abolição do crédito falso.
Desacelerar o consumo.
Desligar a televisão, tornará você menos suscetível ao desejo que a mídia tenta impor.
Fontes de notícias sérias estão cada dia mais acessível.
Quantas pessoas irão ler até o final?
Quantas pessoas irão repensar as atitudes?
Quantas dirão bela postagem e todo o blablabla,
para depois ver o que vai passar na televisão?
Simius Zumbis pseudo pensantis, o que somos.
Pobres zumbis na linha de extinção.
Infelizmente este é o mundo que minha Francesca e sua geração irão herdar.
Cabe aqui a palavra da bíblia, não sei ao certo todas elas mas, diz que a fé sem obras…
O resto devem saber mais do que eu.
Não irão adiantar orações, pedindo benção.Precisa-se pedir por Iluminação para toda a raça humana.
Inspirado pela vida, pela observação e instigado a escrever pelo vídeo “the home project” bem como pela revista Piauí.